Projeto pretende mostrar o Parque Monte Alegre para os estudantes
Um projeto envolvendo as escolas municipais de Monte Alegre pretende levar os alunos do ensino fundamental para conhecer o Parque Monte Alegre.
O projeto Turismo na Escola tem como objetivo mostrar aos alunos do município as belezas do Parque Monte Alegre, desconhecido por grande parte da população de Monte Alegre. A primeira turma que foi conhecer o parque saiu da escola Imaculada Conceição, com quase 30 alunos que tiveram a oportunidade de conhecer as pinturas rupestres, Serra da Lua com a Caverna Itatupaóca, a serra do Pilão e outros atrativos existentes no Parque Estadual Monte Alegre.
Segundo Roberto de Deus, que faz a guia nas excursões ao parque, diz que o projeto pretende levar todos os alunos das escolas municipais e em breve mais alunos estarão visitando o local. O projeto conta com apoio da Secretaria Municipal de Turismo e secretaria de Educação, que doa o transporte.
PARQUE – O Parque Estadual de Monte Alegre é uma das 5 UCs de proteção
integral do estado do Pará. Sua criação se deu através da Lei Estadual n°.
6.412, de 09 de novembro de 2001.
A origem do seu nome remonta à realização do I Seminário para Criação
de Unidade de Conservação no Município de Monte Alegre, organizado em
junho de 2001. Nessa ocasião, foram sugeridos pelos grupos de trabalho
presente os seguintes nomes para o Parque Estadual: Monte Alegre, Pinta
Cuia, Gurupatuba, Paytuna e parque de Preservação das Civilizações. Ao final,
foi escolhida por unanimidade a denominação Parque Estadual Monte Alegre.
Os nomes sugeridos para o Parque tinham como viés as atrações
arqueológicas e geológicas, mas prevaleceu o nome do município com a
justificativa de que traria mais reconhecimento e visibilidade ao município.
A proposta do Governo do Estado do Pará para a criação de UC em
Monte Alegre é resultado de estudos realizados desde o final da década de
1988, pelo IDESP. Na ocasião trinta e dois municípios do estado seriam contemplados com a criação de UC de diferentes categorias de manejo e com
áreas contíguas entre os municípios. Para o município de Monte Alegre é
proposto à criação de três UC de diferentes categorias de manejo. Segundo
Lobato (1988) as respectivas justificativas técnicas e legais e as UC para o
município foi que o Parque Estadual Monte Alegre (117.630 ha previsto próximo à sede do município abrangendo as Serras do Ererê, Lua, Paytuna e Mutuacá, além do Lago Grande e a várzea do rio Amazonas): características geomorfológicas, incluindo as cavernas estudos etnológicos e da vegetação foram critérios considerados.
Na avaliação do documento as serras são consideradas como tendo condições
naturais próprias para “trabalhos de preservação e conservação”, e as áreas
planas ”encontram-se sob forte ocupação humana com criação de gado,
culturas, mas devido a excepcional beleza da vegetação tipo Parques e
Cerrados merecem atenção de estudos”.
Quanto aos “critérios técnicos” é considerado que as serras são de
beleza cênica excepcional o que justificaria a implementação do turismo. Outro
tópico considerado como critério técnico é a existência de áreas para recreação
e educação ambiental, a “flora curiosa” e as várias cavernas e pinturas rupestres. Estes últimos, segundo o texto do documento necessitam de estudos etnológicos
CAVERNAS - Dentre as inúmeras cavernas que não apresentam o registro de pinturas polícromas, destacam-se as do Labirinto e Miritiepé, localizadas na serra do Paituna, a cerca de 40 km por via rodoviária. A gruta do Labirinto às proximidades da serra do Pilão sendo formada por um verdadeiro complexo de grutas ou cavernas. Possui 90 m de extensão e há várias entradas e salões, além de informações sobre fauna e flora, locais.
Outro ponto que merece destaque, por sua beleza e mistério, é o piso superior da Caverna do Labirinto, que apresenta um belo portal, a cerca de 30 m, na encosta da serra, bem como um exótico salão, com meio teto iluminado por uma tênue luz azulada. Os visitantes mais arrojados, e dispondo de equipamento especial, podem atingir o topo da serra a partir da entrada existente na base, através de caminhos escuros e Labirintosos, percorrendo mais de 100 m pelo interior da serra do Paituna.
A Caverna da Pedra Pintada é o mais importante "atrativo histórico-cultural" já identificado na região, a Caverna da Pedra Pintada vem sendo objeto de estudo de inúmeros pesquisadores brasileiros e estrangeiros, os quais sempre procuram enfocar o registro, a localização e a descrição das pinturas rupestres, na gruta. A Caverna possui cerca de 120 m de altura em relação ao rio Amazonas. É bastante fresca e ventilada, bem iluminada, com acesso fácil, através de um ramal de estrada que leva diretamente à entrada principal. Em suas paredes há painéis com pinturas rupestres. A partir de 1991, a gruta foi alvo de estudos específicos através da antropóloga norte-americana Dra. Anna Roosevelt, que realizou escavações estratigráficas e estudos arqueobiológicos, complementados por datações radiocarbônicas. Esses trabalhos permitiram, à pesquisadora, documentar as principais fases ocupacionais hipotéticas para a região, possibilitando um melhor entendimento da evolução das culturas que ali se desenvolveram, desde a chegada dos primeiros habitantes até aos dias atuais. Os trabalhos realizados por Anna Roosevelt na Gruta da Pedra Pintada, representam a primeira informação, cientificamente comprovada, sobre a presença de Paleoíndios na região amazônica, indicando uma associação dos mesmos com a arte rupestre; mostram, também, as similaridades entre esses sítios Paleoíndios e outros já estudados em diferentes lugares, nas Américas. Os resultados desses trabalhos sugerem que as pinturas rupestres de Monte Alegre podem representar "algumas das mais antigas já identificadas no Novo Mundo e parte do estágio Paleolítico da arte rupestre".
Assim, em Monte Alegre estão documentadas as melhores evidências acerca dos povos mais antigos que habitaram a região, provavelmente no final do Pleistoceno e início do Holoceno (épocas geológicas que compõem o Período Quartenário): os Paleoíndios Amazônicos.
A Caverna do Miritiepé situa-se no flanco noroeste da serra do Paituna. Essa caverna foi, igualmente objeto de estudos por parte do GET, à semelhança da caverna descrita anteriormente.
A Caverna Itatupaóca em 1991, Roosevelt publicou os primeiros resultados de suas pesquisas antropológicas na região de Monte Alegre onde estudou a caverna realizando alguns testes como auxílio de um trado, visando a detecção de remanescentes pré-históricos, para identificação e posterior datação. Todavia, foram recuperados apenas alguns fragmentos de cerâmica recentes e alguns desenhos pintados e parcialmente recobertos por vegetação. Outro importante atrativo na serra do Ererê é a Pedra do Mirante.
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