VENDA DA SULFUROSA. Herdeiros garantem que a área foi comprada e é documentada

03/08/2015 08:52

Esta semana a área que abriga as Águas Sulfurosas localizada no município de Monte Alegre, que é considerada um patrimônio histórico do município, foi novamente colocado à venda pela família Baia. Logo repercutiu no município, por se entender que se trata de uma área de poder da Prefeitura mu8nicipal, mas o vendedor em entrevista a reportagem do jornal Tribuna da Calha Norte afirma que há um mal entendido na situação, pois ele tem documentos que comprovam a titulação da terra.

Após a placa de venda ser erguida em frente a Sulfurosa, a reportagem deste jornal procurou o vendedor para dar explicação sobre a comercialização da área que o governo municipal garante ter a posse. Mauro Baia da Costa, disse que é o procurador da família Baia, que possui autorização para representar os sete irmãos e sua mãe nessa comercialização da área da Sulfurosa, e que o preço da área está sendo comercializada pelo preço de R$ 1,8 milhões.

Mauro Baia mostrou alguns documentos que tem em mãos, garantindo que seu pai Floriano Barbosa Baia da Costa comprou do Sr. Ceciliano Baia Pinto, uma área de 278 hectares que inclui a Sulfurosa no ano de 1983, pelo valor de 400 mil cruzeiros. Após a compra do imóvel, um coordenador do Incra pediu autorização do Sr. Floriano Baia para construir alguns banheiros para que houvesse a separação das águas termais na área da Sulfurosa. Mauro Baia disse que após os banheiros prontos, o então prefeito de Monte Alegre, João Evangelista Ferreira pediu autorização para a Prefeitura de Monte Alegre construir uma estrutura de bar e restaurante no local. Após alguns anos em plena atividade comercial funcionando na área com uso das águas termais, a Prefeitura e a administração da Sulfurosa abandonaram o local deixando a estrutura entregue a ruinas. “Aqueles banheiros foi o coordenador do Incra que fez, o prefeito João Evangelista ampliou, ajeitou e ficaram usando, só que depois eles abandonaram e largaram de mão, agora nós estamos tentando vender o que é nosso”, argumentou Mauro Baia, dizendo ainda que a área toda que a família Baia tem passa de 600 hectares, mas que a família está vendendo somente a área onde está a Sulfurosa, que chega em torno de 6 hectares. Mauro salienta que todos os impostos estão em dia e existe o CAR da área.

POLÊMICA – Em 2013 a família Baia colou placa de venda na área da Sulfurosa e pedia R$ 1,8 milhões, logo houve uma reação popular e as autoridades do município entraram na justiça pedindo investigação no caso. O Ministério Público solicitou que Polícia Civil ouvisse os responsáveis pela comercialização da Sulfurosa, por entender que estariam vendendo um patrimônio Público, o procurador da família Baia teve que prestar esclarecimento na Depol, mas o caso já tinha ganhado proporções mais distantes, e a Polícia Federal intimou os responsáveis pela venda da Sulfurosa a prestarem esclarecimento em abril deste ano. O proprietário da Imobiliária, que está vendendo a área, Jorge Carlos Silva esteve em Brasília apresentando a documentação que comprova a titularidade da família Baia.

Segundo Mauro Baia, tanto o Ministério Público como a Polícia Federal arquivaram o processo por entenderem que se trata de uma área privada e que os verdadeiros donos são os herdeiros do Sr. Floriano Baia da Costa.

CONTESTAÇÃO – Para Olga Baia, que é prima de Mauro Baia da Costa, filha de um irmão do Sr. Floriano Baia, a área da sulforosa foi doada pelo seu avô que era o proprietário da área, na época doou as terras para o Incra, que posteriormente repassou a Prefeitura do Município.

Olga Baia conta que seu avô teve 11 filhos, e esses onze filhos se reuniram todos e doaram a área para o Incra, todos já são falecidos, mas que toda a família é ciente que a área da sulfurosa foi doada para o município. E que, em reunião com os demais membros da família eles se negam a vender essa área. Olga defende que as águas sulforosas é um patrimônio de todos, e não mais da família Baia.